16 anos. Lembro-me de ter a certeza - tão mais certeza que hoje! - que era super adulta, autónoma e que a minha personalidade estava formada. Lembro-me de chorar por amor (?!) e de desesperar com as burbulhas e com as gordurinhas. Não tenho saudades da adolescência.
Malala escreveu que via a Betty Feia e sonhava como seria viver uma vida em que a moda e as paixões e a forma do cabelo ao acordar são verdadeiras preocupações.
Não tenho qualquer ilusão quanto a ser de modo algum possível comparar as nossas adolescências com a vida dessa heroína que bem poderia ter ganho o Nobel da Paz e que dedica a sua vida - literalmente - à causa da educação das meninas. Nem tenho intenção de vulgarizar ou ridicularizar estas nossas vidas de chatices e cabeleireiros, salários e casamentos, paixões e viagens e revistas de moda - também é a minha vida e tenciono vivê-la e valorizá-la tanto quanto possa. Mas não há como não relativizar um pouco estas vidas quando alguém como Malala, essa menina de 16 anos, toma como uma hipótese de alegria tão distante e remota o sonho de viver esta realidade e estes problemas que vivemos.
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