quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ninguém disse que era fácil


Vou generalizar.
(E talvez não faça muito sentido.)

Vivemos rodeados de preconceitos, de pessoas com ideais pré-concebidos que nos predefinem e moldam. Nós somos essas pessoas. Nascemos e aprendemos o que é certo e errado. Não devemos dizer asneiras nem mentir, não devemos desobedecer aos nossos pais, a vingança é feia e assume-se que o bom senso é geral e uniforme. Não devemos sair da mesa sem pedir licença, é feio espirrar alto em público, as mulheres devem ser bonitas e cuidadas. Respeitamos os mais velhos e o "tu" só aparece com autorização prévia. Por algum motivo chamamos "pessoas de bem" a quem tem mais dinheiro que a média e assumimos bem como "bem", literalmente, com toda essa conotação automática positiva que conhecemos, vá-se lá saber porquê. Sabemos que devemos casar, conservadoramente devemos casar com alguém do sexo oposto, devemos casar para a vida, ter filhos e educá-los tão bem ou melhor do que os nossos pais nos educaram a nós. Os mesmos valores e princípios. O que conta é a amizade e o respeito. Devemos poupar e fazer algo pela sociedade. São moralmente permitidas mais saídas da casca aos homens que às mulheres, em todas as áreas - é assim, toda a gente sabe que é assim. Devemos ser simpáticos, calmos, ter objectivos claros e ser consistentes ao longo da vida. Devemos gostar de ler bons livros e ver bons filmes, é bem visto que estejamos a par das notícias e que tenhamos viajado o suficiente para ter histórias para contar. Em suma, devemos ter uma vida estável - tão estável quanto possível - poucos esperam mais que isso de nós e para nós.

A verdade é que a maioria dos momentos mais felizes das nossas vidas, de todos nós, são oriundos ou causadores de uma regra quebrada, um paradigma alterado, um erro cometido. E a verdade é que são os objectivos impossiveis e os sonhos utópicos e as paixões arrebatadoras que nos fazem saltar (e não arrastarmo-nos) da cama todos os dias e ter vontade de viver - sim, esses que deixam a estabilidade para segundo plano, esses que nos fazem arriscar tudo e que têm uma probabilidade tão pequena de correr bem. A verdade é que a vida vale a pena pela busca desses objectivos, sonhos e paixões. A verdade é que precisamos de genuinidade, espontaneidade e muita coragem para conseguir ir atrás desses objectivos, sonhos e paixões. Sejam eles quais forem. E a verdade é que o Mundo (nós?) não nos facilita a vida.

Bem... na verdade, ninguém disse que era fácil.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Cliché?

Queremos tudo. As piroseiras todas! Queremos rosas vermelhas, queremos que nos abram a porta do carro, queremos jantar à luz das velas e receber cartas de amor. Queremos andar de mão dada e queremos comemorar todas as datas possíveis. Queremos tudo. Desde quando o cliché é algo a evitar? Queremos tudo quanto é cliché.