terça-feira, 19 de agosto de 2014

Os Comandos do Amor e a nossa leveza

Há uns tempos li uma reportagem sobre os "Comandos do Amor" uma organização que conta com mais de um milhão de voluntários e que actua na Índia, tendo por objectivo proteger casais apaixonados que escolhem ficar juntos contra a vontade dos pais.
Parece simples, mas não é: estes casais têm que abandonar a sua família e abrigar-se em refúgios para escapar às ameaças de morte dos próprios pais - tudo por amor. E é um processo tão, tão comum que existe uma organização e mais de um milhão de pessoas que dedicam parte da sua vida a protegê-los.

Avançando: não é sobre a cultura de castas, casamentos e educação que prevalece na Índia que me apetece divagar. É sobre o amor.
Na verdade, deste lado do Mundo, onde este nosso amor é tão livre que não parece merecer-nos nem lágrimas nem suor nem dores de cabeça, uma história destas tem o seu quê de conto-de-fadas.
Um amigo tentou convencer-me que o fruto proibido também é o mais apetecido para estes casais, e talvez por isso lutem tanto, não por amor mas por desafio - por independência, pelo marcar de uma posição. Talvez. Prefiro pensar que não, prefiro acreditar que de facto ainda existem, no mesmo Mundo que eu, pessoas que realmente amam, de verdade, que vivem e morrem por amor.
Desde lado do Mundo, onde o amor é tão leve que se torna tão insustentável, esta visão de um amor verdadeiro e pesado, intenso e perigoso, mais importante que qualquer outra coisa, oferece-nos a magia que precisamos para continuar a acreditar... no amor.